Mais alto, sim! Mais alto, mais além
do sonho, onde morar a dor da vida,
até sair de mim! Ser a Perdida,
a que se não encontra! Aquela a quem
O mundo não conhece por Alguém!
Ser orgulho, ser águia na subida,
até chegar a ser, entontecida,
aquela que sonhou o meu desdém!
Mais alto, sim! Mais alto! A Intangível
Turris Ebúrnea erguida nos espaços,
A rutilante luz dum impossível!
Mais alto, sim! Mais alto! Onde couber
O mal da vida dentro dos meus braços,
dos meus divinos braços de Mulher!
Florbela Espanca
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