A Água é o fundamento da vida. É o elemento mais similar ao dissolvente universal procurado pelos alquimistas. Todos os processos bioquímicos se verificam na água e nunca sem a água. E se nem a Biologia, nem a Química podem precisar com certeza o que é a vida, podem isso sim afirmar inequivocamente que a vida, no nosso presente esquema evolutivo, não pode desenvolver-se sem água.
Mas o que está a abalar os cimentos da ciência materialista, renovando um paradigma já caduco, são as demonstrações desta propriedade tão peculiar da água que é a sua memória.
Alguns cientistas, como já antes filósofos e poetas, assim como anteriormente ainda os Iniciados das antigas civilizações, afirmam que a Água não é só o agente da vida mas também um Ser Vivo.
Devemos recordar que, para a antiga Alquimia, não somente a água, mas também os Elementos estão “vivos”, como o leitor deste artigo, como a estrela ou como o mine-ral que palpita nas entranhas da terra. Mas ser vivo, estar vivo é, para a filosofia antiga, ser um receptáculo da Vida Una. Platão falava da vida na rosa e não da vida da rosa. Do mesmo modo que os antigos místicos tibetanos afirmavam a unidade do Eu com o Eu Universal e Eterno, o Eu Único, podemos expressar a identidade e unidade da Vida Universal, que se expressa em invólucros infinitamente grandes ou infinitamente pequenos. A Vida Una palpita no universo e no átomo, serpenteia através das formas infinitas, deixando atrás de si uma estela de luz. Não existe a morte para esta Vida Una, chamamos morte à mudança que assume nas suas formas.
Conhecedores desta vida presente na Água, conhecedores também de que a pior de todas as contaminações que sofremos - depois da contaminação moral e psicológica, a contaminação dos nossos princípios - é a contaminação das nossas águas, há muitas investigações sobre a natureza deste divino princípio e elemento que é a água. Muitas investigações que procuram como purificar a água, como devolver a vida a uma água que morre, inclusivamente como tratar a água para fazer dela um elixir de vida. Ah!, se tivéssemos a visão penetrante e entusiasta do mago e do poeta, quem sabe, pudéssemos ver na Água o espelho onde se reflecte não só a vida mas também a Alma. Esta era, pelo menos, a visão dos magos e filósofos zoroastrianos e o seu decidido empenho era que tanto as águas como o fogo se mantivessem sempre puros.
Fisiologicamente, a água circula por todo o corpo levando oxigénio e nutrientes a todos os órgãos e estruturas celulares; ao mesmo tempo, recolhe em suspensão os resíduos e leva-os aos órgãos responsáveis pela sua eliminação; leva em dissolução o anidrído carbónico até aos pulmões para ser trocado por oxigénio.
Regula a temperatura corporal, depura o organismo, permite todas as reacções químicas, incluindo as transformações das substâncias para obter energia. A água mantém a coesão dos distintos bio-elementos do organismo e permite o intercâmbio de substâncias entre células e tecidos. Mantém a estrutura e a arquitectura celular do nosso corpo, une as estruturas fixas dentro da membrana celular.
O seu elevado poder dieléctrico converte-a no meio de dissolução ideal já que quase todas as substâncias orgânicas podem dissolver-se na água. É o elemento mais abundante na composição do corpo humano - cerca de 60% no homem adulto. Deste, 63% acha-se no interior das células e cerca de 37% no exterior (líquido intracelular, 27%; água transcelular, 3% e 7% de plasma).
Em definitivo, a água é o meio em que vivem todos os organismos porque a matéria viva (tal como a considera agora a ciência) é um colóide que precisa de água para conservar as suas propriedades.
Se tal é a sua importância, porque é que não valorizamos mais a pureza das nossas águas? Porque é que não ajustamos a actividade humana ao ritmo do planeta em vez de o depauperar e o contaminar, seguindo os impulsos da nossa loucura?
A ciência ainda desconhece qual é a origem da água. A teoria actual é que provém dos meteoritos, que a aprisionavam no seu núcleo e que era libertada em forma de vapor ao golpear a Terra nascente. Mas talvez esta seja só parte da verdade. Não devemos esquecer a gigantesca borbulha de água expandida do seio de uma estrela ou o vapor de água, ligando, como se fosse um cordão umbilical, uma estrela mãe e o seu planeta, imagens que nos desvelou o telescópio Hubble. E tão-pouco devemos esquecer as tradições secretas tibetanas - recompiladas pela genial H. P. Blavatsky - para quem a água da Terra provém da Lua. Assim se expressam nos seus textos: “A Água Mãe, o Grande Mar, chorou. Ela levantou-se, desapareceu na Lua, que a tinha levantado, que a tinha feito nascer”.
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