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10 de mar. de 2010

O ANEL


Certa vez um rei cansado de ter tudo, menos paz interior, resolveu consultar seus sábios - reis também podiam comprar sábios - e exigiu deles um anél que, ao olhá-lo quando triste ficaria feliz, e ao olhá-lo quando feliz, o tornaria triste. Os sábios passaram meses para poduzir tal anél e, quando pronto, entregou um anél com um enfeite brilhante em forma de caixinha dizendo ao rei:

-Seu anél está pronto, vossa majestade. Seu segredo está dentro deste brilhante, contudo, abra-o apenas quando sentir-se o mais próximo da morte, caso contrário não terá o efeito desejado.


O rei passou dias e dias esperando se confrontar com os últimos segundos de sua vida, sempre que ele achava ser a hora de abrir o anél,parava alguns segundos e via que não era o momento exato. Até que um dia o país ao lado estoura uma guerra contra seu reinado. O rei sabia que perderia a guerra e cairia seu poder então decidiu fugir sozinho enquanto seu exército era exterminado no campo de batalha. Correu e correu sem parar, mas sentia o tremer do chão evidenciando sentinelas inimigas à sua captura. Foi quando se deparou com um abismo e sabia que cedo ou tarde os inimigos o encontraria. Então justamente no momento em que avistou cavaleiros inimigos vindo à sua direção, um bando de leões o cercara também. Calculou que teria poucos segundos antes de sua morte , tempo somente necessário para abrir o anél. Então virou-se para o abismo , pôs se de costa ao perigo e o abriu. Dentro do anél existia apenas um pedaço de papel escrito: "Isto também passará". Tais palavras o deixou aliviado, se acalmou completamente.Pela primeira vez na vida, sentiu-se em paz. E ao virar-se de costas viu que os leões haviam se dispersado pelo tremor dos cavalos, e os cavaleiros não o avistaram."















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