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5 de mar. de 2011

FELICIDADE



'A felicidade é o melhor remédio contra as doenças cardíacas’. A afirmação foi feita numa palestra dada pelo conhecido médico e cirurgião cardiovascular de Porto Alegre, Fernando Lucchese, focalizando o ‘estilo de vida das pessoas’.

Conheço o Dr. Fernando Lucchese: é um daqueles médicos que gostaríamos de ter em cada especialidade que precisássemos: o médico humano, o amigo.

Tenho vários de seus livros, e lembro que ao levar minha mãe ao seu consultório, vi no semblante dela (após a morte de meu pai) um carinho agradecido pelas palavras desse médico. Um agradecimento pelo seu interesse. Saímos fortalecidas e com confiança; esse é o legítimo medico-amigo que falarei numa crônica mais adiante, onde falo da relação médico-paciente, que hoje fica muito a desejar.

Segundo Lucchese, as doenças estão mais associadas com o estilo de vida que se leva do que com o controle dos resultados dos exames. De que adianta ter o índice de colesterol adequado se estás infeliz? - indagou Lucchese.

‘A lógica é esta: estilo de vida = saúde = felicidade = longevidade. O mais importante é o estilo de vida que levamos, seguido do meio ambiente, genética e assistência médica’.

E continua:

‘Fazer o que se gosta é mais essencial do que vários exames. Também a qualidade de vida está associada a outros fatores, como a relação com a família e a situação financeira. Um sorriso é mais importante que a beleza; indivíduos que sabem rir de suas fragilidades têm vida mais longa e são mais felizes; ter prazer no trabalho é felicidade certa; não dever dinheiro é felicidade pura; e pessoas espiritualizadas vivem mais felizes por mais tempo.

Nos Estados Unidos foi apresentado um levantamento entre os anos de 1940 e 2000. Foi feita uma relação entre o nível de felicidade das pessoas em relação ao aumento de renda financeira familiar. A pesquisa mostrou que ninguém ficou mais feliz apesar de ter ficado mais rico. Uma situação financeira organizada pode deixar as pessoas mais felizes do que aquelas com excesso de dinheiro e que, em alguns casos, pode trazer mais problemas do que soluções’.

Não tenho dúvida que o médico Lucchese está com a razão. Quantas vezes pensamos que nossa meta de felicidade possa estar numa casa na praia, noutra na serra, no carro do ano ou em várias viagens pelo mundo? Mas ao retornarmos das viagens ou termos adquirido esses bens, vamos ver que estamos com os mesmos problemas, com mais dívidas e menos dinheiro... E que nosso interior em nada mudou. Viajar é delicioso, mas não é passaporte para felicidade.

Penso que ser feliz é encontrar nas pequenas coisas a razão de viver; é conseguir viver sem raiva, sem mágoas, sem doenças. Não possuir tais sentimentos é difícil; estamos cercados por pessoas de todos os tipos: pessoas invejosas, mesquinhas, sem caráter... E se equilibrar nesse meio doentio não é fácil. Fácil é absorvermos as impurezas do meio e ficarmos transtornados, sem eira nem beira.

Ser feliz é encontrar a pessoa certa para viver ao nosso lado; é poder ter nosso animalzinho de estimação sem ninguém encher o saco colocando defeito em tudo o que fazemos; é não se meter nas escolhas dos outros; é poder dormir as horas que nosso organismo pede; é encontrar alguém que participe e troque conosco momentos de alegrias e tristezas, e ter a certeza que somos amados pelo que somos..

Seria mais fácil sermos felizes se viéssemos ao mundo já sabendo que um dia tudo acaba; e que daqui nada levaremos, senão o amor que vivemos.
Mas nem isso a gente se dá conta...
 
- Tais Luso de Carvalho

Um comentário:

  1. Olá, Edice, muito obrigada por divulgar meus textos. E agradeço por seguir, também, o Porto das Crônicas. Também estou lhe seguindo.

    Meu carinho pra você.
    Tais Luso

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