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2 de fev. de 2011

AFTAS - SAIBA COMO PREVENÍ-LAS


Algumas pessoas sofrem com o aparecimento freqüente de aftas e sentem dificuldades em morder, mastigar e até engolir. Embora estas desconfortáveis feridinhas apareçam por diversos fatores, como alterações hormonais, estresse, trauma, alergia a alimentos e alterações imunológicas, um dos principais agentes que levam ao surgimento de aftas é o déficit nutricional, especialmente de algumas vitaminas.

As aftas são pequenas bolinhas que contêm um líquido claro, que logo se arrebentam, formando pequenas feridas dolorosas. Também conhecida como estomatite aftosa, as aftas aparecem como manchas brancas ou amareladas na mucosa da boca, gengivas, lábios e língua, causando dor e desconforto na hora de nos alimentamos. Este problema pode durar um dia, uma semana ou até meses em casos mais graves.

Se você sofre deste problema, ou pretende evitá-lo, a boa notícia é que este mal pode ser prevenido através da sua alimentação.


Prevenção através das vitaminas

As vitaminas chamadas riboflavinas ou vitaminas B2 são responsáveis por prevenir o aparecimento de aftas e de queiloses (fissuras nos lábios). Embora a vitamina B2 esteja presente em alguns tecidos do corpo, como fígado e rins, ela não é armazenada de forma marcante. Há também, microorganismos presentes no intestino que conseguem produzi-la, mas em quantidades insuficientes.

A principal fonte de vitamina B2 que organismo consegue aproveitar vem dos alimentos. Assim, quando a alimentação é pouco variada e está deficiente desta vitamina, podem aparecer as indesejáveis aftas nos lábios, na gengiva e no céu da boca.

Embora grande parte dos alimentos contenha vitamina B2 na composição, as quantidades são muito pequenas. Então, para garantir que você está ingerindo esta vitamina em dose suficiente, é necessário que a sua alimentação contenha:

-Leite (fresco ou em pó);
-Queijos - especialmente ricota, requeijão e cheddar;
-Iogurtes, carnes magras, ovos e vegetais verdes.
Vísceras de animais, como fígado e rins, também têm boas reservas desta vitamina, mas, como são ricos em gordura saturada e colesterol, devem ser consumidos com moderação.

A recomendação diária de vitamina B2 é de 1,2 mg; para você ter uma idéia, esta quantidade pode ser obtida, por exemplo, com a combinação dos seguintes alimentos: 1 xícara (chá) de leite, 1 pote de iogurte de frutas e ½ xícara de espinafre cozido em um mesmo dia. Assim, ela é facilmente atingida.

Como a natureza está a nosso favor, não só a vitamina B2 pode ajudar no combate às aftas, mas a vitamina C também é uma aliada. Mesmo não tendo a capacidade de curar as aftas, esta vitamina pode prevenir o aparecimento do problema, já que ela estimula o sistema imunológico e promove uma maior resistência às infecções. Além disso, ela auxilia no processo de cicatrização de feridas e sangramentos de gengivas.

Para que a vitamina C não falte na sua alimentação, tenha sempre frutas (goiaba, limão, laranja, acerola, manga, caju, morango), legumes (pimentão, tomate) e vegetais folhosos crus (brócolis, couve-flor, couve), que são as principais fontes desta vitamina, em suas refeições.

Depois que as aftas aparecem, elas devem ser tratadas com produtos específicos, sob prescrição de um médico, pois o uso de \'fórmulas caseiras\' não é fundamentado em bases científicas e pode prejudicar a saúde da sua boca. Outra orientação que deve ser seguida na presença de aftas é se hidratar bem e evitar alimentos ácidos ou muito apimentados, pois podem causar irritação no local.



 

Glicemia pode complicar aftas, sapinhos e herpes

Feridas e machucados na boca precisam receber acompanhamento tão atento como o que se deve reservar aos pés ou a qualquer outra extremidade do corpo. O alerta é da cirurgiã dentista Ana Miriam Gebara, do Centro de Atendimento a Pacientes Especiais (Cape) da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo e do Departamento de Odontologia da Associação Nacional de Assistência ao Diabético (Anad).
Segundo Ana Miriam, algumas lesões atingem a região da boca do diabético de forma similar à que acontece com o não diabético. O problema, porém, é que eventuais descompensações na glicemia podem fazer com que uma cicatrização que levaria um ou dois dias para acontecer acaba, muitas vezes, demorando até um mês. Isso ocorre porque quando a glicemia está elevada o tempo necessário para a cicatrização é maior.
As lesões em mucosa mais comuns na região da boca podem ser a afta, a cândida ou o herpes. A afta é um tipo de úlcera e pode ser causada por alguma medicação, por estresse, traumas ou distúrbios gastro-intestinais. A cândida, causada por fungo, é o popular “sapinho”, e pode causar manchas vermelhas em mucosas debaixo de próteses totais (dentaduras). O herpes são bolhas que coçam no canto da boca, provocadas por um vírus oportunista. No caso da afta, alguns cuidados podem evitar que elas apareçam por causa de traumas.
Próteses com grampos, aparelhos ortodônticos, obturações e dentes quebrados e com pontas podem ferir a mucosa e levar ao surgimento de pequenas feridas que demoram para cicatrizar, explica a cirurgiã dentista.
A secura na boca ou xerostomia, sintoma presente quando o diabético está com hiperglicemia, favorece o surgimento de lesões porque toda a região da mucosa fica mais delicada. Nessas ocasiões, todo o cuidado é pouco. Até com o garfo ou mesmo na escovação fica mais fácil se machucar e, para evitar esse problema, Ana Miriam recomenda o uso de escova infantil que é sempre macia, de ponta arredondada, mais fácil de manter limpa.
O uso de palito de dente está terminantemente proibido, adverte Ana Miriam. Além de poder machucar a mucosa, quando leva o palito aos dentes a pessoa está carregando para a gengiva micróbios e bactérias que acabam depositados na região.
Se surgir alguma ferida, a especialista lembra que não é recomendável que a própria pessoa se medique. A auto-medicação não é boa para ninguém, muito menos para o diabético que pode acabar utilizando algum medicamento que, sem ele saber, vai interferir na sua glicemia. Nem o bicarbonato, nem a inocente água morna com sal são recomendados, porque muitos diabéticos sofrem também de hipertensão e esses produtos aumentam a pressão sanguínea.
Ana Miriam diz ainda que não aconselha tampouco o uso de enxaguatórios vendidos em farmácia. Grande parte deles contém álcool e, por serem aplicados na boca, são absorvidos com extrema rapidez na região embaixo da língua. Ao escolher a pasta de dentes, deve-se optar pelas que contêm flúor. Dentifrícios com bicarbonato ou abrasivos, só sob prescrição do dentista. Além desses cuidados, ela lembra que além de consultar o dentista sempre que surgirem na boca machucados que teimam em não cicatrizar, o diabético deve procurar seu endocrinologista para fazer um acompanhamento de sua glicemia, que certamente deve estar descontrolada.

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