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6 de abr. de 2011

SOU O QUE NINGUEM VÊ.


Eu sou o que penso, sou o que sou e o que quero ser.
Sou família, sou filha, sou irmã e namorada.
Eu sou o tudo. Eu sou o nada.

Sou a sorte do que tenho e do que possuo.
O azar do que a vida não me trouxe e eu desejei.
Sou um verme que um dia quis ser astro e tão
depressa se tornou estrela.

Sou mais uma pecadora, com tamanha fé.
Sou um mundo de maldades e um paraíso de boas acções.
Sou um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que
torcem para reflexões falsas.
Sou o meu reflexo num canto de paisagem, ou numa miragem,
onde tu não podes ver.

Sou a alegria de quem me ama, a tristeza de quem me odeia e
a ocupação de quem me inveja.
Sou uma folha em branco, ou um caderno completo.
Sou os livros que li e os textos que já te escrevi.

Sou os momentos que passei e os que ainda quero passar,
eu sou os brinquedos com que brinquei, e os amigos que conquistei.
As fábulas em que acreditei e os jogos que inventei.

Sou o amor que dei, o que dou e o que continuarei a dar.
Sou os amores que tive, as viagens que fiz e as que quero fazer.
Sou todos os desportos que pratiquei, e aquele em que sempre
continuarei por ser mais que lazer, é prazer.

Sou a minha disciplina preferida, a minha comida predilecta,
sou o cheiro que me seduz, a cor que me apaixona, a bebida que me refresca.
Essa sou eu...eu mesma, será que vais entender?

Sou o ódio resguardado, sou os sonhos realizados, os objectivos alcançados.
Eu sou o meu interior, mas também o meu exterior.
Sou um conjunto de factores que tu não podes entender.

Sou a saudade, os abraços que já dei, eu sou o passado, mas também
o presente e o futuro.
Eu sou os meus actos.

Sou o perfeito, mas também sou o imperfeito.
Sou o contraste e a contradição.
Sou a complexidade do mundo.

SOU O QUE NINGUEM VÊ.

Paula Fernandes e Sousa

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