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16 de mai. de 2011

O seu local de trabalho tem muito barulho? Cuidado com o coração!


O ruído contínuo no ambiente de trabalho pode dobrar ou até triplicar o risco de doenças cardíacas!

A informação é de um estudo realizado na Escola de Saúde Ambiental, da Universidade de British Columbia (Canadá), que teve como base dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, realizada nos EUA entre 1999 e 2004, com cerca de  6,3 mil trabalhadores, acima dos 20 anos.

A análise levou em consideração tempo de exposição e quantidade de barulho no local de trabalho. Além de entrevistas, a pesquisa contou com exames de sangue, análise do estilo de vida e o histórico médico dos participantes.
Os voluntários foram separados em dois grupos: os que suportaram por três meses ruídos tão altos no trabalho a ponto de ser difícil falar normalmente e os que não tiveram esse problema.

Conclusão: Pessoas que trabalham em locais barulhentos há pelo menos um ano e meio têm de duas a três vezes mais probabilidade de sofrer um grave problema cardíaco – como angina, hipertensão e infarto – do que quem trabalha em ambientes silenciosos.
O estudo foi publicado na revista “Occupational and Environmental Medicine“.

Mais pesquisas

E essa não é a primeira pesquisa sobre o assunto. Um estudo realizado com quatro mil pacientes cardíacos, na Alemanha, também aponta para o aumento das chances de problemas cardíacos para aqueles que trabalham expostos ao barulho excessivo.

Os pesquisadores concluíram que os problemas cardíacos são causados pela maior liberação de hormônios ligados ao estresse provocado pelo barulho. Os resultados foram publicados no European Heart Journal (2005) e apontam que a maior parte das ocorrências de problemas cardíacos foi em trabalhadores em empresas com níveis de ruído próximos dos 85 decibéis.
Muito embora esses níveis sejam considerados saudáveis pelas normas internacionais de segurança e saúde no trabalho, eles estão colaborando para o aumento dos riscos cardíacos.

A exposição ao ruído excessivo no ambiente de trabalho merece atenção especial!

O barulho nas fábricas, por exemplo, é um problema grave. Durante a década de 1980, foi a principal moléstia entre os metalúrgicos e atingia mais de 60% da categoria. O uso obrigatório de protetores auditivos contribuiu para redução dos índices.

Outro local de trabalho barulhento, as danceterias podem contar com intensidade sonora de até 115 ou 220 dB, equivalente ao ronco de uma turbina de avião, a 5 metros de distância. Segundo a tabela da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a máxima exposição diária permissível para um barulhão desses seria de 7 minutos.

Por isso, é cada vez mais comum jovens que frequentam ou trabalham em danceterias procurarem otorrinolaringologistas com queixas de zumbido (tinnitus) nos ouvidos, que pode ser o primeiro sinal de perda de audição.
Nas ruas de trânsito pesado das cidades brasileiras, a marca dos 80 dB é ultrapassada folgadamente. Se houver caminhões, britadeiras ou construções, o índice chega a até 120 dB.

Tolerância: O máximo tolerado pelo ouvido humano, sem desconforto, é 80 dB, mas já a partir dos 65 o organismo está sujeito a um estresse gradativo.

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